sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

E se o ar que respirávamos...

   E se o ar que respirávamos não tivesse aquela embriaguez do primeiro abraço que fez os sentimentos rasgarem as entranhas, confundir o cérebro a ponto do ébrio ser o mais puro e perfeito estado sóbrio do meu ser, e, ora, o que seria de mim sem as primeiras tramas veladas e o peito rasgado, nos berços e parques dourados dos primeiros encontros de olhares e as tramas ainda veladas e o sol que estava se pondo, e seu sorriso tão belo aumentou o meu ar rarefeito que eu consumia vorazmente ao seu lado, que me causava conforto e apego, e a paz de outrora sempre estava em nosso seio, e o vento frio em minha pele, e os morcegos rasgando o vento, e seus olhos brilhando, e minhas mãos tremendo, seus braços em mim, e a vergonha, e a inocência e o desvelar paulatino das tramas, as entranhas crescendo e o sentimento rasgando minha alma que... já era sua.